AURORA
Eduardo Andrade (Duda)
FS, 26/04/1982
Direitos Autorais – sob nº 415.390
Protocolo nº 1220 – Recibo nº 528.8
Na escuridão reinante
em plena avenida,
de um tempo pertencente
ao mundo antagônico ao meu ser
nem dava para avistar as tatuagens
e os cortes, também salientes
aos braços da noite.
E na revolta dos ventos
que envolvia a madrugada
ouviam-se movimentos e vozes,
mas não avistava ninguém;
nem você, nem meu ser.
Logo, passava a brisa
e erguia meu dorso,
chorando para minguante lua
que a molhava de luz;
em contrapartida
ofertava-me a constelação.
Certo de tudo ser ilusão
a um pobre coração
Cheguei a chutar latas perdidas
com tamanha ira.
E, com o atiçar das horas
aos alvos da vida
só me restou a despedida...