SINGREI TANTOS MARES


Singrei tantos mares na vida
buscando reencontros...
Preciso que a paz perdida
descubra onde me encontro...

Nesta viagem precisa em desespero,
tormentas ímpares e revoltas.
Mares de lágrimas em apelos,
distantes demais, para que as ouçam...

Num momento de serena calmaria,
ofertei meus azulados sonhos,
devaneios de viajante iludido
onde auroras não mais despontam...

Mistérios profundos, em ondas oscilantes
angustiada alma errante em miragens...
Incauta busca de tranquilidade
nas truncadas emoções delirantes.

Conheci mares abertos em partidas,
onde num cais vazio o pranto desponta...
Saudades acenavam condoídas,
num adeus que um novo caminho aponta...

Vaguei sem destino certo...
No vale do desencontro, remoinho me tragou,
pois que, meu porto fez-se deserto
quando o farol do amor se apagou...

O mais violentos de todos,
foi o escuro mar da desilusão...
Nele, estilhaçado coração tolo,
desencontrou-se da própria razão...

Tentei em vão, atracar na enseada da esperança...
Singrei mares em dores sangrando,
quando enfim, o tempo me alcançou
e acolheu um corpo, no sono do abandono...

05/03/2007
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 01/11/2009
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