Noites de castelos de areia

Fim de tarde... Coração em chamas... A saudade...

O anoitecer de um sonho estio... Dói-me o silêncio

Um murro que nos divide em mundos opostos

Olho o meu horizonte cheio de tristes rostos

Fujo de mim mesmo numa brisa que partiu

Com insaciável sede de liberdade...

Na escuridão resplandece tua face envolta

De um alvor estupendo; Ó doce martírio!

Meu pensamento se torna um labirinto árduo

Outra madrugada, jogado ao torpe vácuo,

Meu jardim de pedras nasceu formoso lírio

Do amor ingrato, formoso e cheio de revolta...

No escuro ouço triste canto em meus ouvidos

Vejo somente uma luz que em trevas se afasta,

Sem pensar me lanço no teu vão precipício

De estranhas imagens que rumam ao exício

Com garras de aço em mil pedaços me devasta

Noutra noite de puros sonhos fenecidos!...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 26/11/2009
Código do texto: T1946182
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