Completa mentira

Meias verdades são completas mentiras,

Teus discursos vazios de nada mais valem

Palavras lançadas nas mãos de uma aragem

Que passa a esmo por lembranças sátiras...

Belas... Irreais... Promessas banais... Fatais...

Em imagens que passam rapidamente

No lembrar do dano e o desejo ardente

E ter que ficar prevendo teus sinais...

Mata-me com o que me devolveste a vida

No torpor deste silêncio mil temores

Assolam-me em teu olhar cheio de fervores

Lembranças – insegurança... Ver a partida

Sentir na carne tamanha chaga cruel,

O espírito tomado em tumor latente,

Um amor... Uma infrutífera semente...

Renega e se inflama... Cala... Ama ser revel...

Num compasso descompassado ama, odeia,

Chama expulsando, exalta se desprezando

Quando ama, se odeia e sempre provando

Da torpeza em que eternamente vagueia...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 12/12/2009
Código do texto: T1974766
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