INCONSTÂNCIA
Chorei tudo que o que devia,
sofri tudo o que podia o que podia suportar,
doeu até o limite da alma,
fugiu-me a esperança quando necessitava crer,
Vaguei dentro de mim mesmo,
como um morto vivo a procura de algo,
sem ao menos saber o que procurava,
e indiferente se encontraria.
Definhei o corpo, atrofiei a alma,
e parei o presente, apaguei o futuro,
e prostrei-me em um tempo que não fluia,
apenas ecoava a perda, a partida,
a dor da desilusão.
E num fluxo de sentimentos,
palavras, gestos, a vida se esvaía,
e o amor me abandonava,
senti-me como se a vida me deixasse,
e a escuridão da incerteza,
se apoderasse de meu espirito.
Como um relâmpago,
como um flash de luz,
na imensidão das sombras,
o amor retomou a direção da vida,
conscientizando-me da perda,
acalentando-me o coração,
que ainda sente o amor,
mas que agora vislumbra,
viver a vida sem você.