O juízo final
O céu está escuro por mais um dia que não acordou.
E as pessoas em tempos de guerra só querem o mal.
E o mundo em tempos de recesso, concreto, de certo
ainda espera seu final.
Os homens descrentes da vida, feridos,
com medo, aperto, sozinhos. Maldade.
Sofrimento, destino cruzado, tristeza
do que um dia foi, só há saudades.
Sentimento de vazio, o desatino
carentes no ninho, tormenta.
Eles são feras, mas com cicatrizes, inveja.
Ganância, ganância, ganância sangrenta.
Um sorriso seria incapaz de sair,
um abraço seria incapaz de se dar.
Desconfiança: de tudo e de todos.
Sobreviver, viver e esperar.
São pobres esses homens. Infelizes!
Seguros de que nada vai lhes acontecer.
Desejam o mal, querem sempre o mal,
mas um dia também vão receber.
A justiça vem com a tolerância dos sábios
quem escutam sempre sem nada falar.
Um destino, quem sabe castigo
sobre quem o mal desejar.
Malditos sejam esses infelizes
que no inferno hão de arder.
Que odeiam, que deprimem, que ferem.
Mas... o que se há de fazer?