Razões sem Proporções
Morrem os desejos de uma vida
Caem os fios de cabelo
Nos acerca ainda aquele muro de hipocrisia
Que nasceu há tempos e continua vivo!
Vivos não somos nós
Viva é a foma das crianças
Cujas roncam as barrigas!
Vivo não é o sonho nem o aspecto que temos de amizade
Viva é a falsidade!
A eterna falta de caráter!
Fortes não são nossos sonhos
Fortes são as concepções
De que o cemitério é logo ali do lado!
Grandes não são os oceanos,
Grandes são as ambições
As armações bem arquitetadas!
Belas não são as mulatas brasileiras
Bela é a arte do crime!
E os criminosos em si!
Então responda-me:
De que adianta ter um corpo?
Se não se tem uma alma?
De que adianta ter um rosto?
Se não se tem um coração?