Nem anjo, nem demônio

Foi sagrado, fez-se puro,

Soube vir, chegar a mim.

Deu-se inteiro ao obscuro,

Só se foi ao ver o fim.

Recebeu-me feito bruma

Na fumaça transparente.

Por momentos, fui espuma

Nos seus dedos, fui latente.

Riu, chorou, escarneceu,

Foi um homem, foi menino.

Pelas tantas se perdeu

Nesse mar de desatino.

Foi tão pouco, não bastou:

Ora anjo, ora Asmodeus.

Escondeu-se e então tardou,

Virou sonho e esvaneceu...