Elegia


Agradeço por toda a poesia e pela alquimia
Que por algum tempo perdurou e
Também pela fantasia e pela melodia
Que ao nosso amor embalou
Enfraqueço todo dia quando lembro que fremia
Com os beijos e juras
de nosso amor

Mas desmereço a desatada sangria,
como também a porfia que a mim propiciou
e ainda não esqueço que emudecia
com a injúria que ao meu peito insultou

Reconheço, em hora tardia,
Ter me tornado cativa desse seu amor
Esclareço que meu peito ardia
E as vezes que contendia apenas
me defendia de seu desfavor

Desconheço se algum mal lhe fazia e
Feneço um pouco por dia
Pela desarmonia que entre nós se instalou
Ainda assim permaneço nessa
elegia e ando sombria
Por não ter de volta o seu amor



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Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 10/07/2010
Reeditado em 15/09/2011
Código do texto: T2370046
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