Malvada pessoa querida

Minha eterna melancolia

Transmitida em elegia

Ou em forma de melodia

Meu amor tão sincero

Amor esse que venero

Minha triste alegria.

É massacre sem compaixão

É minha triste canção

É salubre desilusão

Que me mata a cada dia

Meu clamor que não avalia

Nem a própria razão.

É uma estrada tão bonita

Sobre ela vou perdida

Pedindo a teus braços guarida

Implorando à alma vagante

Que retire do meu semblante

Esta tão triste ferida.

Te amando sem censura

Sob sua doce candura

Eu te peço com brandura

Não com a força que domina

Que meu amor subestima

Com angelical postura.

Eu vou-me tão sentida

Com minha alma sofrida

Lembrando a sua partida

Sem um adeus, sem uma palavra

Só com aquela dor que crava

Malvada pessoa querida.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 12/09/2006
Código do texto: T238097