O fim de um amor

Caminhando pelas ruas

Que sempre caminho

Achei sua rua

Andando por aí, sozinho

Admirei sua beleza,

Conheci sua rotina

Me informei sobre seus trabalhos

Passei a fazer parte de sua vida

Belo, resplandecente

Mal iniciado, já complica

Nasce recentemente

Tumultuando minha vida

É um belo amor

Pois o amor sempre será belo

Não é um grande amor

Pois nunca será eterno

Plantado, ele foi

Por mim alimentado

Por ela, desconhecido

E, então, arrebatado

Andando, outro dia

Pelas ruas que sempre passo

Olhei, sem discrição

A sacada de seu quarto

Uma foto esmaecida

Jazia na janela

Na sacada, umedecida

Abandonada por ela

Curioso e sem limites

Ergui-me acima do muro

Apoiando sobre os dedos

Unhas, calos e vários músculos

Retesando todos eles

Pude ver com precisão

A foto fora abandonada

E o motivo, era traição

Traição, não é a palavra

Pois só trai quem sabe que é amado

Ela sabia de minha existência

Mas, nunca soube meu passado

No lugar que antes

Pertencia à minha foto

Estiquei-me e pude ver

Alguém mais novo e perspicaz

Que todo seu amor vai ter

E quanto a mim, abandonado

Tratei de relaxar

Soltei das mãos o muro

E voltei a caminhar

Pela estrada que sempre andei

Que me levou a conhecê-la

Talvez nunca mais volte aqui

Talvez ande por aqui a vida inteira

Uma coisa é certa

E só do certo me arrependo

Se falasse o que sinto

E não tivesse medo

Se falasse ao meu amor de meu amor

Poderia ter criado uma chance

Poderia ter perdido sua amizade

Poderia vê-la magoada

Ou poderia tê-la, conquistada

Em meus braços ardentes

Mas, como nada fiz

Contento em jamais voltar

Torcendo para ela nunca olhar

Quando eu voltar a passar

Em sua rua

Prima
Enviado por Prima em 23/09/2010
Reeditado em 23/09/2010
Código do texto: T2514978
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