Uma canção de desespero. No vagão de um trem.

Tire essa arma daqui, velho amigo

Eu não preciso mais dela.

Meu apartamento está vazio

E as paredes estão brancas.

Tudo esta calmo, como há tempos atrás.

Vou me reunir com os velhos amigos hoje

Tome as minhas chaves, não me deixe fugir.

Estou vendo o J. e a Bianca, como eles estão velhos

Não era assim quando costumavamos rir.

Mas agora a luz esta fraca.

Não tem resposta para a minha tristeza

Ela esta no meu espirito.

Deixe minhas lágrimas cairem.

É simples, é fácil e aprendi a não sentir dor.

Esta no tempo, no que perdemos

Nas entrelinhas das nossas vitórias.

Como um raro cristal.

Antes ele se importava com os quadris dela

E as garotas gostavam de batom

Hoje as crianças correm descalças pelas ruas quentes

Com aquela pobreza de futuro estampada no olhar

De braços abertos pedindo pra vida um pouco mais de piedade.

Corram crianças, corram rápido.

Tentem alcançar o tempo

Ele está indo

E tudo passará, arrastado nas saias dos cabelos dele.

Nós perderemos nossos pais e nossa mãe.

E nossos amigos e amores se transformarão em pó.

Corram crianças, fujam daqui!

Eu estarei chorando com vocês

Pendurada do lado de fora

Estou tentando me proteger

Tudo aqui fere muito

Eu estava bem, presa na minha cadeia

Mas agora eu estou livre

E as verdades têm cortado o meu rosto com navalha.

Corram crianças, levem os passaros

Levem a paz e o amor

Eles possuem as ilusões.

Fujam da fome e do frio,

Fujam dos homens, eles possuem as respostas.

E não há nada que possa ser feito.

Eu vou estar chorando com vocês.

Eu vou embora daqui.

Hei velho trem, espere por mim!

Vou jogar minha mochila e me lançar em algum lugar

Me leve para seus campos preferidos

Guardou para mim aquele espaço na imaginação?

Eu estava bem em minha cadeia, mas agora eu estou livre

Pendurada do lado de fora, tentando me decidir.

Eu vou pular naquele trem

Me leve para um canto da imaginação.

Tudo passa rápido pela janela

Mas o trem ainda não saiu da estação.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 23/11/2010
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