DEUS

quero te perpetuar

nos meus

versos perversos.

tu,

que me jogaste aqui,

sem eu nem saber o porquê.

tu,

que me fizeste homem,

evitando

que eu virasse um aborto.

cuspido do útero

caído no mundo

escarrado na vida.

eis-me aqui.

eu, apenas eu,

e o palpitar

do meu coração ateu.

Mário Annuza
Enviado por Mário Annuza em 14/10/2006
Reeditado em 21/10/2006
Código do texto: T264231