Boneco

Um boneco no canto escuro.

As velas iluminavam o delírio de um homem enraivecido.

Alfinetadas no objeto inerte para cessarem as angustias do dia.

O que ele fazia?

As estrelas caíram ao fim da noite.

O dia acordou sob açoites.

E na calçada ainda estavam as flores.

Flores?

Belas flores de ontem.

Murchas?

Não.

Longe disso!

Havia esperança nelas.

De chover e lavar o cimento onde o homem deitou o feitiço e nele o seu tormento.

De levar amarguras ladeira abaixo.

Lá embaixo tem um chafariz.

O homem lavou o rosto na água fria.

Sacudiu os ombros e foi-se.

Sei não para onde...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 14/12/2010
Código do texto: T2672097
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