A noite me lembra destruição

A noite me lembra destruição

À noite me lembra destruição.

Atenue do pensamento, elevado as

Estrelas, marcado pela solidão de quem

Fala sozinho a noite.

Os olhos passam rente

As vozes quase se calam

E a noite passa calma e tranqüila

Sem paradeiro sem parceria

No quarto escuro dentre

Os muros que nós assola

Vejo um mendigo pedindo esmola

Atrás das grades do mundo inteiro

Estamos presos em nossas casas

A meia noite que já passou

Eu sou o escuro eu sou o amor

Eu sou a lâmpada que fica acessa

Eu sou os garfos sobre a mesa

Não tenho nada, tudo é incerto

Escrevo muito em meu deserto.

Sou companheiro sem Companhia

Vou ao banheiro e uso a pia.

Molho os rostos de muitas faces.

Vejo lúdico em muitas partes

Eu sou a voz ,sou a canção

Eu sou a música do violão.

Arquiteturas, vidas, paredes

Bocas fechadas em meio a

Sede ,consciência e compaixão.

inconsciente em nossas mãos.

Eu quero á cura para viver.

Eu quero á mesa para comer.

Eu quero um quarto para deitar

Só vejo gente a delirar.

O meu delírio, minha loucura

espanto raro, sombras escuras.

Já não há nada a se dizer só essa noite

Pode valer.

E um minuto de atenção, vejo estrelas cair no chão.

Na contramão esse é o caminho.

Ele é confuso mas é sozinho.

minha vingança e uma vidraça.

Às vezes quebra as vezes passa.

A existência nos chama á algo.

Apenas chamam, delírios vagos.

Águas vividas , águas passadas

Bebemos sempre da mesma água.

Fomos jogados ao desespero

Com as mãos atadas até o

Joelho, e se morrer fosse á saída

Ninguém tentava, só suicida.

Os jogos máximos as máximas

Mínimas apontam logo.

Nossa ruína. Os olhos pedem

Para fechar mas algo estranho não quer deixar.

Ainda existe algo.

Homens choram pedindo

Um fim ,ninguém agüenta tanta besteira.

Dualidade padres e freiras

Livros bonitos e picaretas, alta cultura

Baixa pobreza.

O louco que vê e não se esconde.

Atrás de leis atrás dos montes.

Toda loucura também e viver.

Usar armas, usadas

Contra você.

Então rebela, o sangue queima.

As vozes caem, as leis acabam.

Fazemos nós da ignorância nossa ciência.

Cume alto de nossa existência.

Nossas leis nossa pertinência

Nos fazemos presos na dependência.

De um parágrafo dessa ciência, vi tudo isso

Na consciência de minha insônia, sobrevivência.

Hugo Neto
Enviado por Hugo Neto em 21/10/2006
Código do texto: T269685