Cacos
Queria quebrar-me em pedacinhos
E jogar os meus cacos no lixo
E caso restasse algo de mim
Deixaria-o ser levado pra sempre por um rio
Quebraria-me num escuro
Que é onde me encontro
Pra que em nenhum instante
Eu visse nos cacos o reflexo do meu próprio pranto
Que os cacos marquem os teus dedos
Quando resolveres em minha vida
Novamente enfiar o dedo
E escorra todo o teu sangue
Até juntar-se com o meu leito
Dividida a minha dor
E carregada por águas alheias
Que teu sangue leve-me às profundezas
E nela encontre a mansidão quase perfeita
Longe de tudo que me tornou cacos
Perto do teu sangue que é a causa deles