Morre a poesia
Ah! Tenho pena das poesias,
das alianças entre elas e os poetas,
finda-se aos poucos a maestria,
morrem as poesias, rotas e incompletas!
Morre o alinhavo das doces palavras,
o carinho perde sua velha doçura,
finda a rima nas antigas lavras,
nossa fabricas de sonhos e loucuras!
Desdém é um gume que fere a alma,
se refuta o bem que existe nos versos,
na multidão e numa solitária noite calma,
aflora a desilusão pela palavra controversa!
Ah! Tenho pena das belas poesias,
porque é distante da beleza humana.
O doce delas irrita a alguns, os dias,
e delas, o que provém alegrias, é profana!
É hora de recolher o sorriso de minhas velas,
passou o tempo do meu barco navegar,
finda sua tarde, o doce destas aquarelas,
perde suas cores a poesia, como na noite, o mar!
Malgaxe