CRÚ POEMETO

O assento da praça era frio

E do cimo da árvore caia

No pescoço uma formiga fria

Incentivo maior aqui não havia,

Para sustentar da palavra o fio

Queria o marmório vento

Fluir na árvore banimento

Do vazio espírito corrimento,

Mais respeitoso e pio

Se nada me pertubava

Menos ainda qualquer emoção

Punha-me à mercê o coração

Destituído de tudo estava,

Quis escrever então bravio

E corajoso de poesia

O que pôde conter meu vazio

Até escrever não um soneto

Mas esse nu e crú poemeto,

Fruto de pura e dura fantasia!

boreto
Enviado por boreto em 21/02/2011
Código do texto: T2805546