Pêndulo
Consoante o tom funesto dos meus encalços, esvazio.
Escapa pelos meus poros todo o meu ser.
Detenho-me e encaro toda a paisagem, resignada.
Calor e frio, dentro e fora.
Aninhado meu corpo,
Gélida minha alma.
Busco nos seres estranhos um encontro comigo mesma.
No entanto, não estou lá fora,
Não estou dentro de mim,
Porque sigo divagando,
Ainda que meus passos não titubeiem.
Preso meu corpo, encarcerado meu espírito.
Vagueio e não pouso.
Flutuo e não estaciono.
Caminho e não repouso.
Dissolvo-me.