A melhor lição

Tenho medo de compor esta poesia

Sentimento reprimido e ferido

Meu amor é como um maia

Vive cego pelo vale da morte

Um mundo de sonhos perdido

Uma lança no peito em leito de morte

Tudo fora esperado, mas isso nunca

As armas e muralhas construídas

Mas a descrença fora implantada

Por via oblíqua certamente

Sinto-me traído por mim mesmo

Parte de minha vida foi surrupiada

Refugio-me em minha mente

Existe um vão negro no meio da estrada

Um vão que traga toda felicidade

Não vejo mais cores, só a escuridão

Quanta tristeza me abate e rebate

Os gritos na noite não podem ser ouvidos

Só me resta uma festa

A do velório de meu coração

Enquanto ele não morre, sofro ....

Espero desvendar essa lição

A angustia parece tragar o tempo

Meu mundo de cristal se desfaz

Não mais sinto o vento do campo

Onde está meu capataz que parece incapaz

De vir matar logo este coração esperançoso

Nem sei quando poderei sorrir novamente

Se tudo tem um começo este é o fim?

O que mais meu vil destino me reserva?

Que crápula é este tal de amor

Por que não ficou por lá na caverna

Onde se encontra a luz que me enganara?

Preferiria não o ter conhecido nessa vida

Que tornado é este que atrapalha minha mandala

As palavras não me fogem

Os dias estão contaminados pela peste.

Diogo Melo
Enviado por Diogo Melo em 11/11/2006
Código do texto: T288724