Amor? Um Monstro!

* a um poeta romântico

Como tú podes dizer que o amor eu ignoro

se é pela falta dele que certas vezes choro

vejo que a minha mente está entorpecida

de ter descido aquela mesma rota ingrime

não ter visto que o amor somente exprime

a Morte dolorosa sendo disfarçada de Vida

Não venhas tú me dizer que eu não tentei

pois de tamanhas artimanhas usei, abusei

limpei de todo jeito os focos de ambas as lentes

mesmo assim, não vi seus dislumbrantes milagres

que, ao viver, não forma sorriso nos meus dentes

a famosa glória do amor não perfumou meus ares!

Ainda me vejo pessimista e tristonho

cantando um triste cantigo medonho,

nem minha sombra me acompanha sempre

onde há sexo, vejo o coito do corpo imundo

este amor escurece a minha visão de mundo

em calmantes que o meu coracao não supre

Não me digas que eu não vejo o amor, que sou cego

o amor deve ser este fardo genético que eu carrego

talvez esta voz a sussurrar chacotas ao pé deste meu ouvido

ou talvez este eterno arder das minhas pálpebras flamejantes

o fato é que, depois do monstro do amor, nunca fui como antes

foi este monstro que destruiu todo aquilo que tenho construído!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 12/05/2011
Reeditado em 24/12/2011
Código do texto: T2964653
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