Ipsis Verbis...
E sempre serei anonimato,
Ainda que me guie como bicho do mato
Trilhando caminhos adversos a Deus,
Finjindo orações aos Ceus.
E sempre serei anonimato,
Ainda que sejam os homens o meu manto
Das minhas mil perdições,
E as senhoras as minhas paixões.
Mas sempre serei anonimato,
O desespero de um dia sem canto,
O nascimento que o Senhor aprovou
E o mundo vil desaprovou .
Eu sou anonimato,
Sou aquele automato,
Do carnal e do passional,
Do mesquinho e do irracional
Que se guia pela tangente do emocional.
Eu sempre serei anonimato,
No seu sentido mais lato,
Do lado menos abstrato,
Sou aquele ser anónimo,
Sou o poeta sem Pseudónimo.