Simples condenação
Dá pra ver de longe a condenação,
um golpe de culpa imaculada
embaçando o vitral de uma vida pura,
pesado julgamento sem ternura nenhuma...
Argumentações ao vento, dispersada.
Má criação embrulhada em papel de presente
Há quem diga que a verdade prevalece
Mas essa mentira está gasta demais.
Fácil é saber dos outros,
Impossível mesmo é julgar a si próprio.
Tantos bravos e corajosos marujos
se escondendo atrás de suas mulheres.
Sem saber que mesmo após as batalhas,
as dores ainda podem ser sentidas.
Dentro de quartos escuros
ou em noites frias e sem lua.
A escuridão passa com o soprar das horas,
leva as mais terrenas aflições embora.
Tudo nessa vida passa, e passa...
o que fica no final é só o amor.
E tudo é tão claro quanto a água
do mar em que se afoga
e tudo é tão pesado quanto a matéria
do corpo que se afunda
Mas ante o medo do naufrágio
a certeza do mergulho reina
pra quem pode escapar ileso
nada além de uma reles submersão
Pra quem pode continuar fingindo
Nada além de um teatro dos vampiros
Sangue por sangue e nada mais
Assim será até o último dia na terra.