Chuva na vidraça

Através da vidraça

Molhada com as gotas da chuva

Que minha vista embaça

Vejo sua imagem

No cenário de uma realidade crua

Distorcida, se afastando

Caminhando vagarosamente pela rua

Pisando as águas empossadas

Fazendo-as saltar, dançar, rodopiar

E novamente mergulhar

Lá se vai sua imagem se esfumaçando

Para logo se apagar

Aqui dentro, as gostas se unem,

Aumentam de tamanhos

Misturadas com meu pranto

Incontido, sentido, dolorido

Recortado em soluços

Onde vejo meu rosto refletido

Olhos vermelhos, cabelos em desalinho

Peito apertado

Ao pensar na tristeza

De um grande amor acabado

Antonio Fernando Ribeiro
Enviado por Antonio Fernando Ribeiro em 09/10/2011
Reeditado em 27/05/2013
Código do texto: T3266772
Classificação de conteúdo: seguro