Vidro.

Entre o Eu

e a realidade

há uma vidraça.

Não tenho calçadas,

nem céu

em liberdade.

Carrego a idade

em britas,

estou prego.

Nada ganho,

perco, empresto,

não presto.

Devasto-me,

por não ouvir o grito

que me foi roubado.