Quase o cotidiano

Quase o cotidiano

Saiu do trabalho, contra-cheque no bolso e sorriso nos lábios...

Sentiu o vento no rosto e de repente,

O clima de natal inundou sua alma.

Sentiu-se atraído pelas luzes coloridas,

As vitrines chamativas chamando sua atenção.

Atravessou a porta de vidro

E viu a boneca abrindo os braços,

Prontinha para ira para os braços da filha.

Sorriu satisfeito diante do embrulho bonito,

Imaginando a ansiedade dos dedinhos,

Rasgando o papel na hora da entrega.

Lembrou-se dela... e saiu novamente pelas vitrines,

Procurando algo que fizesse justiça à sua beleza,

Embora bela ela ficasse mesmo,

Quando vestida apenas pela natureza...

Foi então que a lingerie sedutora,

Sugeriu a escolha perfeita.

Mandou embrulhar para presente

E foi ao banco buscar a parte que faltava.

No caminho, a imaginação correu solta,

Imaginando-a insinuante,

Sob as rendas que prometiam viagens loucas

Num simples toque de sua pele.

Parou diante do caixa, sentindo gosto de saudade...

E despertou num gesto brusco,

Na fria realidade...

Nem sentiu quando a bala entrou,

Viu apenas alguém que corria,

De arma e dinheiro na mão.

A noite chegou de braços dados

Com uma chuvinha fina que não parava...

No portão, junto com a filhinha ela esperava,

E como a noite de natal já se despedia,

Recostou-se cansada no sofá.

Foi então que viu o noticiário da TV...

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 15/12/2011
Código do texto: T3390072