Tu irmão

Tu, irmão,

que te sentas à mesa do café

e que, em vão,

magicas coisas fúteis, perde a fé

dum mundo melhor.

Tu, irmão,

já pensaste que tudo isto é rotina

e que, em vão,

poderemos suster esta bolina

com que o mundo gira?

Tu, irmão,

julgas que mudará este frenético

ritmo? Não…

Não mudará, que o mundo vive céptico

quanto ao seu futuro!

Tu, irmão,

procura a perfeição da tua vida.

Nunca, em vão,

procures defender causas perdidas!

Finge, ao menos, que ajudas!...

20/04/74 in “Jornal das Aves”