Vulnerável

Do que seria

O homem sem amor

Do que seria a vida

Sem algo bom para se manter vivo

Sem sonhos

Sem esperança

Sem Fé

Gostaria

De sentar

Ao lado do mar

Silenciando

Meu coração e meus pensamentos

Sem expressão

Não pensando em nada

Mergulhando nas águas salgadas

Afogando meu sofrimento

Derramando minhas lagrimas

Sentar relaxando, esquecendo

Apenas ouvindo

O som produzido

Quando as ondas chocam-se com as rochas

Acho difícil

Entender

Porque as pessoas

Continuam

Caminhando em círculos

Sem direção

Não tenho amigos

Apenas rostos amigáveis

Ninguém me conhece

Não compreende

A complexidade do meu sou

Lembro-me

De quando era criança

E como o riso era fácil

Ficamos adultos

Nos decepcionamos com o mundo

Os sonhos nos quais estou morrendo são os melhores que eu já tive

No espelho um olhar triste

E um sorriso cômico

Uma esperança mórbida

Ouvindo minha própria confissão

Para perdoar meus erros

Você sabe meu nome?

Não me reconhece

Sou o retrato de um artista

Invisível ao publico

Veja-me desaparecer

Sabendo que estou aqui

Não conheço ninguém que viva de graça

Ou que viva por sua própria escolha

Não posso viver em círculos

Prefiro ir ao fim

Encontrando uma luz

Que me tire dessa escuridão

Claro que existem coisas boas a dizer

Estou porem vestindo minha armadura

A professora nunca me ensinou

Que a verdade é subjetiva

E o quanto eu seria

Vulnerável a ela

Não preciso ter medo

Talvez não alcance o céu

Porque estou vivendo em um mundo estranho

Tentando não entrar em pânico

E morrer comprando aquilo que me vendem

Muitas vezes me oferecem de graça

Eles só dizem

Não chore

Aceite isso

Mas quem vai me salvar

Quando estiver queimando

Não posso deixar

Perdi minha vida

Mas não vou perder minha alma

Aceitando qualquer contradição

Ou palavras que venham na contra mão

Vou ter minha chance

Estou bem consciente

A manhã está próxima

Abaixo o volume do meu som

Não faço mais perguntas

Tenho esperança e felicidade

Guardadas em algum lugar

Só não me lembro onde

Leonardo Moura
Enviado por Leonardo Moura em 23/12/2011
Reeditado em 19/01/2012
Código do texto: T3403248
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