O muro espelho
Maldita briga
Entre mim e meu oposto
Infeliz, porque vi
Uma palavra minha cortar teu rosto
E a necessidade de calar veio
Ou continuar a falar,
E te cortar
Ou me dividir pelo meio
A resposta era óbvia
Me tornei metade
Revoltada, encarando o espelho
Enquanto do outro lado,
Teu corte me sorria vermelho
Uma a uma caíam as folhas
Das árvores-sentimento que morreram
Entenda, não fui eu que escolhi as escolhas,
Elas me escolheram
Sim, meu bem, doeu
Cada tijolo deste muro que construí
Doeu abrir os olhos e perceber
Que nunca te senti.