Desabafo (Futuro Acolhimento Próprio)

Essa tortura que me rodeia o tempo todo, esse descaso de estar tão longe de você, me remetendo a uma solidão quem não tenho palavras para poder desabafar, para gritar, xingar, jogar para fora. Por que tudo isso está acontecendo comigo? Eu trafego em um caminho tão leal, tão verdadeiro, justo, mas essa plenitude parece querer me incomodar. Pra mim resta virar ídolo da solidão, me contentar com a felicidade dos outros, mesmo, às vezes, eu contribuindo para essa felicidade. Poxa! É tão ruim essa sensação de não poder contar com os sinceros semblantes dos meus caros semelhantes que hoje me fazem tanta falta, pelo contrário, me machucam, me jogam para um quarto escuro, apertado à ouvir músicas depressivas. O mundo é muito injusto, não supre as minhas expectativas, derruba todos os meus privilégios e me deixa agonizando em um chão imundo de vermes que já estão á deriva como eu. Hoje entendo porque tantos poetas nunca alcançaram a felicidade e nos alertam dessa terrível imensidão infernal. Há diversas misturas de sentimentos que vem me corroendo nesse segundo: a solidão, a incompreensão, a mágoa, o remoço, a saudade (principalmente dela), a amizade e a paz espiritual para enfim passear nas ruas contaminadas pelos "gladiadores da tormenta". Deixo aqui o meu desabafo intrigante, ofegante, piedoso e suplicante para o meu futuro, talvez, acolhimento próprio.

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 14/03/2012
Reeditado em 25/03/2013
Código do texto: T3553886
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