Amor cruel

Ainda sinto as palavras baterem como lâminas cortantes.

Ainda sinto, o peso de cada toque.

Ainda sinto, seu olhar sobre mim...

Sinto... Eu ainda sinto...

Sinto o peso de um amor.

Sinto o peso da muralha cair sobre minhas costas,

e eu, em baixo dela, tendo sustentar-me

Na tentativa de esquecer a dor, sorrio.

Falsamente, eu sorrio, convencendo à mim mesma de que...

Tudo ficará bem...

Mas nunca fica...

A dor sobe em meio as lágrimas,

estas que começaram a secar.

Secar como as lembranças deixadas.

Mas ainda latejam...

A dor lateja, viva e intacta, ela atrofia meu coração.

Memórias, planos, projetos...

Abandonados pela falta... Abandonados pelo esquecimento

Foi tão fácil me esquecer...?

Foi tão fácil me deixar de lado?

Deixar-me no escuro de seu coração, largada e sepultada?

Foi fácil colocar-me no fundo... Onde o sol não aquece e a lua não brilha.

Falhei...

Ainda que não há esperança, ainda sinto este amor.

Torturante, sufocante. Matador!

Livre-me deste peso. Livre-me das correntes...

Onde um dia havia sorrisos, calor por amor sincero, está sangrando incertezas, solidão, amarguras e tristezas....

Oh amor matador. Deixe meu coração em paz.

Deixe que as cicatrizes se cure, deixe que pare de sangrar pelo abandono.

E por fim... Lido com a dor e a solidão que dominam o meu peito.

Meu coração ainda lateja e se fere por você...

Mas foi tão fácil me esquecer...

KauíSilva
Enviado por KauíSilva em 05/04/2012
Reeditado em 18/05/2012
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