DESCONHEÇO-TE

Não desejo matrizes de indesejáveis estigmas

Nem a capilarização de sentimentos negativos

Desconheço-te em teu gelo emocional

Desejo a fruição do que há de melhor em nós

Mas não serei eu a interromper tua hibernação

Mas talvez após esse degelo a que se submete

Tenha-se destruído verdejantes campos

Pois o gelo pode queimar mais que o fogo

Não adentrarei por terras para mim inóspitas

Pela auscultação de momentos impensados

Nem decifrarei a linguagem de teus sentidos

Posto que veja nunca ter mesmo a ela conhecido

Talvez em outra dimensão desse reverso tempo

Ainda encontre um resquício do que um dia foi

Mesmo que as cicatrizes ardam ainda vivas

Saberei que tudo feito foi para teu tempo

E teu tempo é primordialmente celetista

Posto haver prioridades não interligadas

Que nada tenha com meu meus minutos

A não ser em minguantes minutos diários

Que mitigo como pedinte indutor

Como se nada mais me pudesse existir

Do que dentro de mim irremediavelmente existe

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 25/04/2012
Código do texto: T3633347
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