12 de junho- quero pular do lugar mais alto do mundo

Dia dos namorados.

Acordei.

Não há ninguém ao meu lado.

Dia de beijos e carinhos melados.

O gosto dessa solidão hoje

provém à minha alma

um sabor ainda mais amargo.

Vontade de queimar todas as poesias;

que valor elas tem?

Cheias de romantismo e entrega,

é inútil para mim,

que nunca fui amado por ninguém.

O presente que ganho hoje,

é ler nessas faíscas

um mundo tão sonhado,

e ver que nada disso vivi;

Na TV amores com final feliz,

as cenas de cinema, idem.

Nos parques, nos campos, na rua de casa,

neste outono a tempestade

é de casais em enxurrada...

O que me resta é assistir da arquibancada

roteiros perfeitos que o destino escreveu

para as Julietas e os Romeus,

e eu na minha quimera ensandecida,

de achar que este sonho é meu.

E já me via nas festas natalinas,

sem o rancor de sempre: noite feliz.

Programei tanta esperança

para terminar assim,

meu peito dilacerado sem compreender

porque seus olhares que diziam sim,

agora tornaram-se mal-me-quer.

Tomarei consciente este cálice de amargura,

que talvez não tenha eu nascido para ninguém...

O único amor que me espera,

são dos meus versos,

que escrevi para quem?

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 10/06/2012
Código do texto: T3716682