Troféu

Despertada a curiosidade,

Há quem busque o amor,

Como troféu de alguma disputa.

Estranho servir-se da caça,

Homem ou mulher, não importa,

De sorrisos nervosos do esnobismo.

Triste caça, abatida por sua mansidão,

Exibido depois de ser presa fácil,

Das escondidas armadilhas do amor.

E no medo da presa ainda fugir,

Acorrenta-lhe a alma com meias verdades,

Em perfeita imitação de ainda se comover.

Risadas nervosas e incontidas,

Faz da presa seu brinquedo,

Em fantasias platônicas e eróticas.

Recorre ao tempo, a caça, que acreditou no amor,

E geme o silêncio de ter sido enganada,

Perdendo a imponência, ao ver-se apenas troféu.

Jaak Bosmans