Monólogo
As palavras soam tristes, caladas,
soam quase como um nada;
dispersam-se no vento,
aquelas frases frias e geladas.
Respondo como posso,
de fato não quero, mas me esforço.
Rebuliço o passado,
digo o que sinto e o que penso,
até o negar dos meus pensamentos.
Convenço-me de que não há nada,
engano-me, acredito nas palavras caladas.
Falar é bom, e faz bem.
Bom, não falo muito com ninguém.
Não falo pois prefiro, por puro prazer;
guardo ideias, sentimentos, devaneios,
estão todos fadados mesmo à morrer.
Mas assim continuo,
tento falar, tento me abrir.
Nem sempre funciona, pois,
não sei dizer o que consigo sentir.
Se quiser ir, que vá logo!
Leve essa dor vazia, leve o meu ópio...
Se for ficar, este é o meu prólogo
Vamos! Sem conversa, estou com pressa...
Dê-me logo a hora do meu óbito!