TROPEÇO


Meu corpo estendido na poeira
Geme todas as dores dessa vida
Cruel, atroz, sanguinária, insensata...
A vida é uma cilada, uma ratoeira...
Trago no corpo cicatrizes das feridas
Da batalha desigual, letal, ingrata...

Sinto-me no interior de um labirinto,
Faminto, frágil, insano, vulnerável...
Ninguém há para apontar-me a saída!
Toda a tristeza que no peito sinto
- Nesta vida desumana, deplorável -
Transforma-se em desesperança doída.

As pessoas passam altivas, apressadas
- Indiferentes aos meus gemidos, à minha dor -
Rumo aos sonhos e desejos que as consome.
Eu continuo estendido no pó da estrada
- Sem um olhar, sem mãos estendidas, sem amor -
Sem história, sem memória e sem nome.

Tento lembrar de um dia em que fui feliz,
Mas a minha memória abraça o negro vazio
E diz que, nesta vida, fui infeliz desde o começo.
Por que tenho que carregar essa eterna cicatriz?
Por que meu coração e minha alma tremem de frio?
Até quando a minha vida será um tropeço?


Alexandre Brito - 01/11/2012
(*) Imagem: Google

Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 01/11/2012
Reeditado em 01/11/2012
Código do texto: T3963390
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