ABOIO

Boi de carro na vida
Tangido de lá pra cá,
Sob a canga que a sina me pôs,
Arrasto o velho carro dos sonhos
Pelos caminhos esburacados da vida,
Fazendo rastros dentro de mim.
Levando restos de amores e desilusões,
Deixando para trás o pó da saudade,
Num doce canto rasgando os ares,
Até que um dia, o Mestre Carreiro
Liberte-me da canga e encerre a viagem.