VERSOS DE UM CANALHA
VERSOS DE UM CANALHA
As magoas refluem desse organismo, lobregam minha lucidez
Na ânsia de ouvir-te, de falar-te entre sorrisos de tristezas,...
Socorro-me nas ecléticas estradas compridas de atalhos de cruezas,...
E vôo no que penso, nas luzes horizontais aonde a vida é estupidez
Esmiúço cada miudeza de uma gama de insignificância
E apreendo essa distancia e vejo que é-nos sem importância.
A que tipo de caos chegamos! Aproximamo-nos do amor?
Porque minhas palavras surdas são jogadas no ventilador?!
Respiro pela garganta, e asfixio-me nas vozes dos meus avejões,...
Regurgito as cartas que o Parkinson emperrou para não escrever
E combato o Alzheimer com um destemor que é para não te esquecer.
No seio das minhas entranhas há soldados armados de canhões...
Querem roer as espinhas das piranhas com os espinhos do meu palato
Saborear o sangue coalho de empatias absortas pela aleivosia,...
Donde alimentar-se-á da saliva de cascavel,... Antídoto mais barato
Para quem rasteja na humilhação de unanimidades em nostalgia.
Meu ego está no pelourinho, e nas amarguras dos meus poemas
Dorme na bonança do sofrimento que é a delicadeza dos meus sistemas
E essa supressão de privilégios abolicionistas é um aprendizado de vida
Visto que a felicidade é deseducada para uma elevação querida.
Meus sonambulismos quis deslindar outros regozijos vulgares
Olvidou de proferir com o olhar,... E nessa paranóia mutante,...
Desaprendeu a dizer, te amo, ajoelhei-me numa frustração gigante
E hoje beijo os teus lábios,... Em bocas à disposição nos bares.
CHICO DE ARRUDA.