Restos "mortais"

Que sentimento chato

vai e vem, e me dá um laço

daqueles que nem promessa

desfaz o nó pelas asaversas

Ele não dói, mas permanece

e enfraqueçido se apodreçe

mas os restos ainda se vê

e neles enxergo você

Se vejo um menino na rua

De cabelos lisos e tez crua

Sem maldade, e olhar doce

pareço estar te vendo, há se assim o fosse

Teria curtido a sua infância

de que da minha tinha até uma distância

mas não tão grande quanto o sentimento

reprimido a sete chaves, me maltratando em gemidos

E cheia de mal entendidos

que me aflingiam e zumbiam os ouvidos

que mais cansavam ao ver que tinhas sumido

e as palavras tão sonhadas foram sepultadas na lagoa

E tranbordou durante meses

bem menos quanto tu vivestes

mas bem mais severos que o inverno

e transformou minha vida num inferno

Uma coisa percebi nesses anos

que perdi muito tempo pensando

em amores que deixei

que nem ao menos me aproximei

E se o certo é deixar pra lá, já tentei

só que resquícios me sobrevêem

pois por onde passo você vem

é como uma sombra, sem matéria, sem ninguém

E aceitar é a única solução

não tem porque andar na contramão

e deixar o coração falar

quando ele quizer se expressar

Não tem porque me agarrar

a quem não tenho mais direito de abraçar

talvez ainda num aprendi a aceitar

que o presente do amor tenho que abdicar

E outro poderá estar a caminho

à espera de a mim compartilhar

o que ele tem pra dar

e se vê na pureza do seu olhar

Só não sei, em meio a minha situação

quanto tempo ele vai me esperar

até a gente conversar

e nesse novo amor me deleitar!

Una mujer
Enviado por Una mujer em 19/04/2013
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