INSTINTIVO
O instinto que me habita
É sempre assim
Grosseria faz parte de mim
O instinto que me habita
Não possui lealdade
Sofrimento e dor vomitam;
São da minha infidelidade
Com o instinto que me habita
Sinto raiva, muito ódio
E nenhuma alegria;
Uma inversa epifania
Este instinto que me habita
É grotesco e monstruoso
Não por ser animal; não é
É assassino serial
Tal o instinto que me habita
Prisão inclemente e impiedosa
Miséria desta vida
Condição desmerecida
O instinto que nos habita
Faz-nos usar a quem amamos
E amar o que usamos
Mas isto não enxergamos
Fala: - trago paz, felicidade -
Mas tudo é aparência
Pois injustiça é violência
E sangue pela cidade
O instinto que nos agita
Seduz-nos, puxa, grita
Incomoda sem cessar
E começamos a fraquejar
O instinto que nos habita
De aparência tão bonita
Mas dentro deste caixão
Tudo está em putrefação
A maneira de prostrar
Este instinto tão algoz
É morrermos para nós
Decisão para tomar
Morre, morte maldita!
Ou malditos somos nós
Com este instinto tão atroz?
ANDERSON MARCELO MACEDA