O Velho Mundo

Eis o velho mundo: com as suas guerras

absolutamente desnecessárias, produzidas por mentes ordinárias. A miséria cada vez mais acentuada vai crescendo indiferente sob os olhos do egoísmo.

Vejam os homens graúdos, com seus lastimáveis conteúdos! Se engrandecem em fardas finíssimas e pomposas, quando enchem as suas ignóbeis bocas pra falarem de heroísmo...

Eis o velho mundo: com as gargantas sedentas

pela simples descida da água, e implorando ao destino um lapso de trégua. Mas, não há sequer pingos dessa preciosidade, que brota não muito longe daqui, em abundância. Vejam com as suas próprias retinas, um pouco além daquelas colinas; indivíduos em berços de ouro, com tudo à sua disposição, nos seus castelos blindados em lastimável indolência...

Eis o velho mundo: com estrutura tão perfeita

ao formar-se perante àquela explosão, com matéria e anti-matéria pela imensidão. E ao mesmo tempo tão imperfeita, por abrigar indescritíveis vermes humanos

Vejam os pedaços intragáveis de ninharia, restos insignificantes em sua grande maioria. Imoralidade estampada na grotesca face, monstros hipócritas

que sorriem à vontade pelos corredores adentro, arquitetando os seus maléficos planos.

Eis o velho mundo: repleto de doenças infecciosas,

cujas mandíbulas vorazes se alastram, e tais mortes nunca bastam. São tantos olhos vividos em plena escuridão, em muitos momentos da inóspita tarde

Vejam transtornados, as pútridas religiões, enriquecendo os seus chefes em meio às orações. Elas pregam há anos a essência do bom ato, mas, estão a distâncias absurdas da verdadeira bondade...

Eis o velho mundo: com os seus incontáveis pores de sol;

as florestas e íngremes montes, as depressões e vastos horizontes. Os imensos e enigmáticos oceanos e a planície imperfeita. Vejam sem lamúrias, que tudo se findará em dado momento, pela natureza e suas fúrias

Todos adormecerão em eternas cavidades, e lá não haverá choros ou risos. Não haverá orações ou lamentos, deuses ou santos! Tudo será extinção, e o vazio novamente estará à espreita...

Alexsandro Menegueli Ferreira 27 de abril de 2013 às 03:34