Privilégio

Dizem que longevidade

É privilégio

Aumenta idade e experiência

Na próxima encarnação

Isso não quero

Nesta ganhei com isso

Pele desbotada

Dentes amarelos

Cabelos branquíssimos

E a conta

No vermelho

Meu fosco olhar

Acinzentado

Nisso divaga

E me pergunta:

Nessa colheita

E privilégio,

O que se lucra

Além das rugas?

P.S. Este poema é uma homenagem ao Sr. Demétrio*, um de nossos entrevistados do projeto de pesquisa: O idoso como comunidade discursiva: o imaginário e o texto do Estatuto Obs:Demétrio é peseudônimo para preservar a identidade de nosso entrevistado.

Janete Santos
Enviado por Janete Santos em 26/03/2007
Código do texto: T426658