Descoberta

O ar matinal de setembro

Em total mobilidade, me espanta

Toda paisagem mantida estática

Pela força gigantesca do momento

A calma invisível que precede a tempestade

Que precede a mais profunda descoberta

Tão calma, tão profunda...

Tão imprevisível como o oceano

Minha alma estremece de frio

Com o temor incontido do desconhecido

Como um verão estranhamente inquieto

Como a seca exaurindo devagar a vida

Numa linha de nuvens crepusculares

O efeito da animada ilusão de energia

Extingue imagens fatigadas, repetidas

E, bruscamente, faz-se clara a visão

Vai o verão saindo de cena

Como velho e desiludido ator

Enquanto entra o outono

Coveiro, que esperava na coxia

Minha alma esvaiu-se

Nem eu sobrei de mim.

Aziul
Enviado por Aziul em 16/05/2013
Código do texto: T4293868
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.