Ad Eternun

Que grite a minha garganta, que se desfaça o mal entendido

Começou em lamento e agora é arrebento de saudade , de paixão

Cortem-me as pernas mas deixem-me as ancas para que me entres por mais uma única vez.

Insuportável o cheiro da saudade latente, fétido aroma da lama do desprezo.

Abandonada pelo caminho e perguntando-te : “Onde estás meu amor?”

Não me preparei para esta onda gosmenta da sua ausência que me tira do sexo e me coloca nas mãos do acaso

Cansada, só posso berrar que com ódio te amo, que com pavor te amo, que com infidelidade te amo.

Não passas de um amontoado de lembranças de onde sugo o sangue para continuar viva.

Estou em êxtase ,com luxuria te amo,com piedade te amo, com amor te amo.

Não há homem no meu mundo que não seja você, não há nome que apague o seu.

Enquanto bastardos passam pela minha vida pensando ser alguém eu grito seu nome no imenso vazio que eles representam aqui.

Ad eternun, era para ser ,Ad eternum sou eu agora miserável implorando migalhas de você em corpos de machos insanos, beijando bocas nojentas que nunca serão suas.

Com amor eu berro volta pois nem a morte serve de exílio para a minha alma atormentada pelo seu abandono.

Quero os homens mortos e quero de volta meu filho, quero um homem vivo e quero o pai do meu filho.

Ad eternun só pode ser você, maldito!

Anna Karenina
Enviado por Anna Karenina em 03/04/2007
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