MEDO NOSSO DE CADA DIA
Medo de morrer
Medo da dor de dente
Medo intermitente
Medo do sangue quente
A faca de ponta
Aponta pra gente
Dança e reluz no ar
Cabeça baixa pra frente
Acordei olhando o cano
Da arma tão sorridente
Um brilho tão reluzente
O chão é tudo o que vejo
Meu limite de permissão
Olho pra cima um grito
Volto de novo pro chão
Medo de não poder falar
Medo de não me controlar
Medo rima com dedo
Enredo de decepado degredo
Medo de guardar segredo
O medo revolta e ensina
O medo prende e solta
O medo aplana imperfeições
Há sempre medo nos corações
Medo de não ser amado
Medo por não estar armado
Medo do que poderia ser
Medo do que está por vir
Medo do que já passou