SEPARAÇÃO

SEPARAÇÃO

Ela não lhe dava mais beijos ao amanhecer.

Ele estava assustado.

Será que não estou mais em seus sonhos?

Seu coração apressado corria sem direção.

O homem se rende quando a dor é no peito.

Todo homem busca a paz, sejamos inteligentes!

Os descontentes estão na fila da exceção.

Via de regra, o homem é um pássaro; sempre em busca do ninho.

Ele é bicho; ele é gente, e gente tem coração.

Ela não lhe o elogiava mais; de sua boca uma porção peçonhenta em três turnos emanava.

O vapor de enxofre lhe ardia o nariz;

Seus olhos não mais se encontravam.

Era uma sala vazia cheia de personagens congelados.

Mais um homem amaldiçoado!

Mais uma mulher só na estrada.

Ela não mais reclamava a data do aniversário;

Nem lhe exigia a mão;

Nem caminhava com ele na mesma trilha: “Nossas vidas estão distantes”.

Essa era a lógica, o dito, a teoria consagrada.

O homem vestiu preto até o próximo janeiro.

A moça se abraçou com o lenço de um homem viajante.

Ele chorou lágrimas tantas que o mar se agitou.

Ele e ela permaneceram em terra estéreo até ouvirem um canto de sabiá em algum lugar...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 30/12/2013
Reeditado em 08/01/2014
Código do texto: T4630700
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