PROCURANDO FLORES

Sinto-me ao léu à toa

Sem castelo... Sem coroa.

Minha sombra ausente...

Distante desertou de mim.

Sonolenta... Cabisbaixa...

Desolada... Desbotada... Encasulada...

Não tenho visto cometas!

No céu a lua mingua.

Não cricrilam as estrelas.

Sinto-me no mangue de mim.

Deserto de solidão banha minh’alma

Nuvens cinzentas de saudades

Avisando a tempestade

A saudade arranha-me

As lágrimas se asanham.

Solidão como navalha

Atassalha... Rasga meu peito

A brisa passa apressada!

A inspiração perdeu o tema o lema

Sem nome nem codinome...

O pensamento grita no silêncio.

Mas as palavras se calam

A dor acorda meus sentidos.

Lembrando-me que estou viva!

Minha sede é de chuva...

Minha fome de Amor!

Meus desejos como borboletas...

Procurando flores!