Desprovido

São seus últimos devaneios...

E não existe ninguém pranteando.

Pensa.

Breu.

Nada notável em seu âmago.

Suas mãos estão repletas de calos que nunca cicatrizaram,

Seus pés encontram-se tão fendidos quanto a sua dignidade.

Não existe cor em seus olhos secos e macilentos.

Cada ruga é uma abstenção,

De algo que poderia tê-lo feito louvado.

Jamais assentiu que a emoção sobrepusesse a razão.

Desprovido de fé.

Desprovido de humanidade.

Agora,

Desprovido de vida.

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 30/04/2014
Reeditado em 02/05/2016
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