Literalmente

Literalmente

Nós existimos, nós resistimos

Lateralmente

Nos entregamos, nos acabamos

Construímos mundos, semeamos tempestades

Corrompemos e iludimos

Desafiamos a ordem natural

Criamos atrocidades em busca da perfeição

Cavamos nossas próprias covas

Não nos importamos, nós temos fome

Engolimos o mundo sem mastigar

É o choro da mente fraca

Um poço superficial que transborda sem esforço

Ilusões que criamos diariamente

Bonecos de outro boneco

Marionetes do cronômetro das ruas

Criamos paradoxos e os louvamos

Criamos caminhos sem saída, e os amamos

Dramáticos, loucos por atenção

Patéticos, cercados por uma falsa ostentação

Perdidos em um corredor sem fim

Decididos a chegar em lugar nenhum

Aceitamos leis ilegais, ideias supérfluas, criações triviais

Sentimentos apodrecidos somente pela ignorância

Corações jogados às traças

Literalmente

Somos tudo e não somos nada