Falso

Quero tornar a lembrança do teu rosto em fumaça

do fogo que teu corpo acende, apagar a brasa

esquecer de teu zelo, falso poeta e amigo

das mentiras que contaste em contraste, exílio!

Morde tua língua dissimulado entusiasta

que de tua dor usaste para se aproximar

que deixaste a morrer na praia

aquela que tentou te ajudar.

Usando a brecha do desterro

cometeu ela o mesmo erro

deixar se enganar pelo amor

confessar aquele que a desprezou.

Fora calado, apático

sem nenhum pudor

sem nenhum calor

exultado, morto e enxotado.